Ooi, gente! Tudo bem com vocês? Eu espero que sim! 😉
No post de hoje vim compartilhar várias das referências que apareceram no debate “Pretas e Acadêmicas”, que aconteceu no último domingo (26) no nosso canal do youtube (Youtube.com/BlogMaiaVox). Conversamos bastante sobre como o racismo e o sexismo se manifestam dentro das instituições de ensino, sobretudo através das formas de epistemicídio e silenciamento.
Você já conhece esses termos? São palavras complicadas para situações mais ainda. Mas calma que as nossas convidadas do debate Jéssica Oliveira, estudante de Engenharia Química na Universidade Federal de Sergipe, e Renata Cruz, estudante de Direito na Estácio de Sá em Aracaju, nos ajudaram a entender e pensar essas questões.
Oi, gente! Tudo bem com vocês? Eu espero que sim! 😉
O post de hoje vai ser um pouco diferente do que acontece aqui nas quartas-feiras, mas é por um bom motivo! Vim avisar a vocês sobre o começo da série (Des)Enrolando lá no canal do blog (inscreva-se aqui). ❤
A série (Des)Enrolando é para avançar com vocês na conversa sobre transição capilar e empoderamento, que tanto falo por aqui. Caso ainda não tenha lido nenhum dos post sobre transição aqui no blog, é só clicar aqui para já ir se inteirando sobre o assunto.
Oi, gente tudo bem com vocês? Eu realmente espero que sim! 😉
Sei que estou em falta com vocês, mas nesses últimos dias eu estava meio desanimada com o blog e vivendo só de procrastinação. Entretanto, já estou me sentindo melhor, me organizei e já tem conteúdo novo para vocês!
No vídeo de hoje eu respondi à tag Blogueiras Negras criada pela Regianne Rosa do Coisas de Preta. Essa tag tem 11 perguntas, as quais estarão listadas a seguir. Continuar lendo →
Oi, tudo bem com você? Eu realmente espero que sim!
Semana passada, final de Maio de 2016, foi noticiado que uma adolescente de 16 anos do Rio de Janeiro chamada Beatriz foi estuprada por cerca de trinta homens.
“Um discurso que nos é mostrado como forma de nos protegermos dos assédios, mas na verdade contribui para a persistência deles. Que nos nega assistência nas delegacias e se não nos tolhe, corta as asas de outras mulheres, alimentado assim a cultura do estupro.”
Apesar de na época daquele texto entender que vivo numa sociedade culturalmente presa ao estupro como a nossa, foi com esse caso tão brutal 30×1 que percebi não ter informações sólidas de como me proteger desse tipo de violência. Por conta disso, pesquisei bastante sobre as formas de denúncia e no vídeo a seguir passo essa informação para você.
Em primeiro lugar, procure logo a Delegacia da Mulher, o Conselho Tutelar ou a Vara de Infância e Juventude mais próxima de você.
Procure também o atendimento médico imediatamente, para que você receba orientação e atendimento seguros, apoio psicológico e principalmente porque eles fornecem a Contracepção de Emergência para evitar a gravidez indesejada, assim como o coquetelanti-HIV para evitar a contaminação pela AIDS, quando isso for necessário. É fundamental que esse serviços sejam procurados em até 120 horas (05 dias) depois da relação sexual forçada, para que uma possível gravidez seja evitada.
Se você tem menos de 18 anos, procure o Conselho Tutelar ou o Juizado da Infância e Adolescência, ou vá a uma Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), e notifique os fatos imediatamente. Conforme o caso, será registrado um Boletim de Ocorrência ou Termo de Circunstância. DENUNCIE – JAMAIS SE CALE. NÃO SE OMITA. Fale tudo o que aconteceu. Faça todos os exames que possam comprovar a violência.
Dá para denunciar um abuso sofrido na infância? Segundo o especialista, o código penal brasileiro permite sim que o caso seja denunciado alguns anos após o ocorrido. Porém, tudo vai depender de quanto tempo se passou. Isso porque há um prazo para que o crime prescreva e deixe de valer alguma punição.
Em quanto tempo o crime prescreve? Vai depender de qual foi o crime cometido e qual seria a pena aplicada a ele. Tyles explica que, se o crime tiver pena prevista superior a 12 anos, ele prescreve em 20 anos. Isso vale para o caso de estupro de vulnerável (menor de 14 anos), cuja pena é de 15 anos. Ou seja, se esse for o crime, a vítima tem até 20 anos para denunciar seu agressor. Porém, isso varia de acordo com cada caso – existe a possibilidade de prescrever em 16, 12, 8, 4 ou 3 anos.
Mais informações sobre a violência contra a mulher no Brasil:
Uma mulher é estuprada a cada 11 minutos no Brasil, Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Entretanto esse é um dado subnotificado, ou seja, a maioria dos casos de estupro não chegam a ser denunciados.
Recorte racial: o último Mapa da Violência mostra que o feminicídio (assassinato de mulheres por serem mulheres) entre mulheres brancas até diminuiu 9,8%, mas entre mulheres negrasaumentou e não foi pouco: o número mais que duplicou (54,2%)!
Não é só de nós mulheres que deve partir a atitude contra a cultura do estupro. Cada um deve se comprometer a tirar o machismo do caminho. Precisamos todxs nos desconstruir:
Tire frases prontas como “não se deu o respeito”, “provocou com aquela roupa curta” do vocabulário, além de piadas misóginas. Isso apenas contribui para o estigma de a culpa ser da vítima.
Não romantize e/ou relativize violência, pois nada, em hipótese alguma, justifica essa ação.
Estupradores não são monstros! São pessoas bem reais e estão a nossa volta, muitas vezes escondidos em pele de cordeiro. Quando alguém falar que foi abusadx, não duvide, investigue junto a essa pessoa e ajude a denunciar.
E para vocês homens, vamos deixar uma coisa bem explicada: respeitem as mulheres não por causa da sua mãe, da sua irmã, enfim, de qualquer parente sua, respeite porque esse é o direito de toda e qualquer mulher, de toda e qualquer pessoa.
Convoco-lhe agora a passar essas informações mais adiante. Não podemos nos calar diante de uma cultura de violência! Sigamos a lutar por todas elas, por todas nós!
Oi gente, tudo bem com vocês? Eu espero que sim! 😉
Como eu avisei aqui na semana passada há duas semanas, no vídeo de reativação do Maia Vox TV, finalmente chegou o vídeo em que divido com vocês 5 coisas que aprendi em 2 anos de cabelo natural.
Quem acompanha o blog há um tempinho sabe que escrevi bastante sobre minhatransição capilar. Faltava apenas falar sobre o que aconteceu depois desse processo todo. Pretendo ainda compartilhar mais dicas e descobertas dessa vida de cabelo natural.
E aí, o que achou do vídeo? Já passou pela transição capilar? Como você cuida do seu cabelo! Deixe sua opinião aqui nos comentários! E ah, não se esqueça de se inscrever para não perder nenhuma atualização!
Sexta-feira passada foi o 13 de Maio. Ao contrário do que é repassado em muitas escolas Brasil a fora, a assinatura da Lei Áurea em 1888 pela Princesa Isabel não foi um ato de benevolência da majestade. Estava mais para um ato bem interesseiro, de lucros além-mar. Logo após a assinatura, os ex-escravos que não continuaram nos antigos postos de subordinação, já que não eram bem-vindos nos centros urbanos, ocuparam os morros.
Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que lhe dei no dia seguinte, por me não escovar bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu expliquei-lhe que o peteleco, sendo um impulso natural, não podia anular o direito civil adquirido por um título que lhe dei. Êle continuava livre, eu de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos.
Machado de Assis. Crônica publicada no jornal Gazeta de Notícias, em 19 de maio de 1888. Trecho retirado de Geledés.
Estamos aqui 128 anos após a tal lei e a população negra ainda sofre com os resquícios dos tempos de cativeiro.
Minha princesa nunca foi Isabel. Minha princesa é Dandara!
Seguindo a ideia dos últimos 8 de marços aqui no blog, reuni nesse post 6 mulheres negras importantes da nossa história brasileira, comumente apagadas dos livros. Conheça hoje Aqualtune, Dandara, Tereza de Benguela, Luíza Mahin, Carolina Maria de Jesus e Lélia Gonzalez!
Aqualtune: Princesa do Congo no século XVII. Guerreira africana, liderava tropas no seu país de origem. Aqui no Brasil, não se rendeu ao sistema escravocrata e o mais rápido que pode fugiu e se reuniu no Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, Alagoas. Carregando seu legado real, foi líder quilombola, e herdaram seu dom Ganga Zumba, seu filho, e Zumbi dos Palmares, seu neto.
Dandara: Muito além de ser esposa de Zumbi dos Palmares, Dandara era uma das lideranças femininas no quilombo dos Palmares. Além de ajudar na comunidade com a plantação, a produção de farinha de mandioca e a caça, ela defendia seu território, fosse com a capoeira, empunhando armas ou liderando as falanges femininas do exército negro palmarino.
Da esquerda para a direita: Carolina Maria de Jesus, Luíza Mahin e Lélia González. Imagens: Reprodução.
Tereza de Benguela: também guerreira como Dandara e Aqualtune, Tereza liderou o quilombo de Quariterê, em Mato Grosso, no século XVIII. Este cresceu tanto sob seu comando que chegou a agregar índios bolivianos e brasileiros. Obviamente, isso incomodou bastante as Coroas espanhola e portuguesa. Depois de muita luta, infelizmente Tereza foi presa. Entretanto, recusou-se até o último instante a uma situação de escravizada, suicidando-se.
Luíza Mahin, “uma negra, africana livre, da Costa da Mina”, mãe do poeta Luiz Gama, é idealizada e reverenciada por segmentos da sociedade brasileira associados aos movimentos negros e à valorização da história e cultura afrobrasileiras, sendo representada pela memória histórica como uma quitandeira que foi escrava de ganho e que sempre resistiu ao cativeiro. Uma mulher insubordinada, que se tornou símbolo de luta e resistência negra, configurando um mito para a população afrodescendente.
Nascida em Sacramento (MG), Carolina mudou-se para a capital paulista em 1947 […] Apesar do pouco estudo, tendo cursado apenas as séries iniciais do primário, ela reunia em casa mais de 20 cadernos com testemunhos sobre o cotidiano da favela, um dos quais deu origem ao livro “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, publicado em 1960. Após o lançamento, seguiram-se três edições, com um total de 100 mil exemplares vendidos, tradução para 13 idiomas e vendas em mais de 40 países.
Lélia González: Descolonização do saber e da produção de conhecimento era um dos pensamentos de Lélia González, intelectual negra brasileira, defensora de um feminismo afrolatinoamericano. “Atuou como desencadeadora das mais importantes propostas de atuação do Movimento Negro Brasileiro. Participou da criação do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN-RJ), do Movimento Negro Unificado (MNU), em nível nacional, do Nzinga Coletivo de Mulheres Negras-RJ, do Olodum-BA, dentre outros.”
Recomendo a você que leu todo o post a tirar um tempinho depois e conferir todas as fontes que disponibilizei. É importante para nós brasileirxs conhecermos parte de nossa história que nunca foi contada!
Já conhecia alguma dessas mulheres incríveis? Quais outras você acha que deveriam aparecer aqui também! Deixe sua opinião nos comentários! Também acompanhe o blog pelas redes sociais! Um beijo e até a próxima! 😉
Quem é vivo sempre aparece! E por isso estou aqui para escrever finalmente sobre o álbum visual causador de infartos da Queen Bey. Até parece que euzinha deixaria de falar sobre isso aqui.
Para quem ainda sim não está atualizado com o último trabalho da Beyoncé, eu ajudo com uma explicação simples. Lemonade, ou Limonada em português, é o sexto trabalho da Bey em carreira solo e é de longe o mais corajoso. Ao mesmo tempo em que a estrela fala sobre traição e apela para sua herança cultural, ela não se distancia dos debates sociais e raciais dos EUA, que vivem um tempo louco com aqueles apoiadores do Donald Trump, mas isso é pano para outra manga.
Antes de qualquer coisa dessas Lemonade é descrito como um projeto conceitual baseado na jornada de autoconhecimento e cura de cada mulher (conceptual project based on every woman’s journey of self-knowledge and healing.), sobretudo das mulheres negras.
É claro que como o lançamento da canção Formation, muita polêmica envolve Lemonade. Ouvindo o álbum, me peguei pensando: Será que teríamos tantos limões aqui no Brasil para uma limonada assim? Veremos!
Primeiro de tudo, para Lemonade ser gravado aqui no Brasil, Beyoncé seria genuinamente brasileira. Seus pais não seriam do Alabama e da Louisiana, mas sim dos interiores da Bahia e do Rio de Janeiro, onde os resquícios dos grandes engenhos permanecem. As referências ao Mardi Gras de Nova Orleans em Formation seriam do nosso carnaval. O country da faixa Daddy Lessons seria substituído pelo samba de raiz. Se Lemonade fosse gravado aqui no Brasil Karol Conká, Yzalú, Magá Moura e Monique Evelle seriam minhas apostas para aparecerem no trabalho assim como a dupla Ibeyi, Winnie Harlow e Amandla Stenberg apareceram na versão gringa.
Na parte esquerda do corrimão: Chloe Bailey as irmãs Ibeyi. Na parte direita: Beyoncé, Amandla Stenberg, Halle Bailey e Zendaya Coleman.
Se Lemonade fosse gravado aqui não teríamos um partido como o Panteras Negras para homenagear nos gramados de um Super Bowl. Algo parecido foi extinto pela ditadura do Estado Novo, mas ainda assim poderíamos homenagear as mulheres negras apagadas na nossa história, como Aqualtune, Dandara, Luísa Mahin e Carolina Maria de Jesus.
Mas isso tudo seria na visão do trabalho da nossa Beyoncé brasileira. O que falar da distribuição da obra?
Se Lemonade fosse gravado aqui no Brasil não causaria tanto estardalhaço, pois certamente não seria televisionado como foi lá fora. Ao avesso, seria sufocado pela grande mídia, como são os trabalho de gente que abre um novo momento em nossa música, como Yzalú, Liniker e Criolo. Serão esses trabalhos ácidos demais?
Se Lemonade fosse gravado aqui no Brasil não reconheceríamos os rostos das mães daqueles que perderam para a brutalidade policial erguida em nossa sociedade racista. Afinal, qual de nós se lembra de ver o nome desses jovens negros no destaque dos jornais? Imagine só o rosto de quem os criou! Mal nos lembramos da Cláudia! A Cláudia da Silva Ferreira, mãe de quatro filhos, arrastada até a morte por uma viatura há dois anos e ainda sem a devida justiça feita.
Resumindo, se Lemonade fosse gravado no Brasil seria velado como o racismo é por aqui.
Pergunto agora: mesmo encobertos pelas folhagens, será que já não temos limões o suficiente? Será até que as limonadas já não estão prontas? Essa conversa ainda continuará ácida para quem? E até quando?
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Qual a sua opinião sobre o novo álbum da Beyoncé? Já tinha escutado? Qual faixa mais curtiu? E o que achou da discussão levada por ele? Deixe nos comentários! Também compartilhe e acompanhe o Maia Vox pelas redes sociais. Até mais!