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“Sonhos, inseguranças e procrastinação” ou “Voltei, galera!”

Oi, gente! Tudo bem com vocês? Eu espero realmente que sim!

Há exatamente vergonhosos 2 meses e 22 dias a pessoa que vos fala não publica um post sequer nesse blog, mas por quê? Por onde anda Mari Gomes? Numa via bem conhecida entre sonhos, inseguranças e a bendita procrastinação.

A sensação estranha de atingir um resultado que há muito tempo pude me preparar (sair de Aracaju para morar em Salvador e estudar na UFBA) junto as inseguranças que tenho sobre mim, minhas ideias e meus trabalhos adiaram meus compromissos com o blog.

Dentro de mim várias coisas estão em pendência, mas eu sei o quanto preciso escrever  e sei o quão incrível é o contato com vocês do lado daí. ❤ E ah, obrigada as pessoas maravilhosas que estou encontrando nos últimos tempos. Cada elogio e cada crítica me deram o empurrãozinho que eu precisava para voltar ao blog.

Já se sentiu desanimdx em continuar a escrever também? Conheça o projeto Blogueirxs Empoderadxs!

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Não desiste de miiim!

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Maia Vox TV: Hierarquização dos tipos de cabelo e frustração!

Oi, gente, tudo bem com vocês? Eu espero que sim!

É com muita alegria que apresento hoje para vocês o primeiro vídeo da série (Des)Enrolando, que foi pensada para avançar no tema empoderamento através da estética, algo que tanto converso com vocês por aqui.

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#empoderar13: Não somos iguais! E isso também não é um problema!

Imagem: Metro, de Nicolas Winspeare

Imagem: Metro, de Nicolas Winspeare. Creative Commons.

Como já discutido num post anterior (aqui), sororidade é a irmandade entre mulheres, um exercício de empatia. E a conversa sobre empatia, da importância de se colocar no lugar do outro está em alta. Entretanto, na prática, por melhores que sejam as intenções, acabamos por impor nosso olhar sobre as experiências alheias e assim, agindo completamente diferente do que pregamos. Continuar lendo

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Maia Vox TV: A culpa nunca é da vítima!

Oi, tudo bem com você? Eu realmente espero que sim!

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Semana passada, final de Maio de 2016, foi noticiado que uma adolescente de 16 anos do Rio de Janeiro chamada Beatriz foi estuprada por cerca de trinta homens.

Bastante abalada, comecei a lembrar de um texto que escrevi há algum tempo num blog parceiro:“O assédio não diminui quando a roupa aumenta”.

“Um discurso que nos é mostrado como forma de nos protegermos dos assédios, mas na verdade contribui para a persistência deles. Que nos nega assistência nas delegacias e se não nos tolhe, corta as asas de outras mulheres, alimentado assim a cultura do estupro.”

Apesar de na época daquele texto entender que vivo numa sociedade culturalmente presa ao estupro como a nossa, foi com esse caso tão brutal 30×1 que percebi não ter informações sólidas de como  me proteger desse tipo de violência. Por conta disso, pesquisei bastante sobre as formas de denúncia e no vídeo a seguir passo essa informação para você.

Mais informações sobre denúncia:

Fonte 1: Ações Afirmativas em Direitos e Saúde

  • Em primeiro lugar, procure logo a Delegacia da Mulher, o Conselho Tutelar ou a Vara de Infância e Juventude mais próxima de você.

  • Procure também o atendimento médico imediatamente, para que você receba orientação e atendimento seguros, apoio psicológico e principalmente porque eles fornecem a Contracepção de Emergência para evitar a gravidez indesejada, assim como o coquetel anti-HIV para evitar a contaminação pela AIDS, quando isso for necessário. É fundamental que esse serviços sejam procurados em até 120 horas (05 dias) depois da relação sexual forçada, para que uma possível gravidez seja evitada.

  • Se você tem menos de 18 anos, procure o Conselho Tutelar ou o Juizado da Infância e Adolescência, ou vá a uma Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), e notifique os fatos imediatamente. Conforme o caso, será registrado um Boletim de Ocorrência ou Termo de Circunstância. DENUNCIE – JAMAIS SE CALE. NÃO SE OMITA. Fale tudo o que aconteceu. Faça todos os exames que possam comprovar a violência.

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Imagem: Reprodução Empodere Duas Mulheres.

Fonte 2: Entrevista do advogado criminalista Gabriel Huberman Tyles para a matéria “Abuso ou estupro na infância: é possível denunciar depois de adulto?” do portal Bolsa de Mulher.

  • Dá para denunciar um abuso sofrido na infância? Segundo o especialista, o código penal brasileiro permite sim que o caso seja denunciado alguns anos após o ocorrido. Porém, tudo vai depender de quanto tempo se passou. Isso porque há um prazo para que o crime prescreva e deixe de valer alguma punição.

  • Em quanto tempo o crime prescreve? Vai depender de qual foi o crime cometido e qual seria a pena aplicada a ele. Tyles explica que, se o crime tiver pena prevista superior a 12 anos, ele prescreve em 20 anos. Isso vale para o caso de estupro de vulnerável (menor de 14 anos), cuja pena é de 15 anos. Ou seja, se esse for o crime, a vítima tem até 20 anos para denunciar seu agressor. Porém, isso varia de acordo com cada caso – existe a possibilidade de prescrever em 16, 12, 8, 4 ou 3 anos.

Mais informações sobre a violência contra a mulher no Brasil:

  • Uma mulher é estuprada a cada 11 minutos no Brasil, Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Entretanto esse é um dado subnotificado, ou seja, a maioria dos casos de estupro não chegam a ser denunciados.
  • Recorte racial: o último Mapa da Violência mostra que o feminicídio (assassinato de mulheres por serem mulheres) entre mulheres brancas até diminuiu 9,8%,  mas entre mulheres negras aumentou e não foi pouco: o número mais que duplicou (54,2%)!

Não é só de nós mulheres que deve partir a atitude contra a cultura do estupro. Cada um deve se comprometer a tirar o machismo do caminho. Precisamos todxs nos desconstruir:

  • Tire frases prontas como “não se deu o respeito”, “provocou com aquela roupa curta” do vocabulário, além de piadas misóginas. Isso apenas contribui para o estigma de a culpa ser da vítima.
  • Não romantize e/ou relativize violência, pois nada, em hipótese alguma, justifica essa ação.
  • Estupradores não são monstros! São pessoas bem reais e estão a nossa volta, muitas vezes escondidos em pele de cordeiro. Quando alguém falar que foi abusadx, não duvide, investigue junto a essa pessoa e ajude a denunciar.
  • E para vocês homens, vamos deixar uma coisa bem explicada: respeitem as mulheres não por causa da sua mãe, da sua irmã, enfim, de qualquer parente sua, respeite porque esse é o direito de toda e qualquer mulher, de toda e qualquer pessoa.

+ sobre Cultura do Estupro:

Convoco-lhe agora a passar essas informações mais adiante. Não podemos nos calar diante de uma cultura de violência! Sigamos a lutar por todas elas, por todas nós!

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#empoderar12: 6 mulheres negras da nossa história: Aqualtune, Dandara, Tereza de Benguela, Luíza Mahin, Carolina Maria de Jesus e Lélia Gonzalez.

Oi, tudo bem com vocês? Eu espero que sim! 😉

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Sexta-feira passada foi o 13 de Maio. Ao contrário do que é repassado em muitas escolas Brasil a fora, a assinatura da Lei Áurea em 1888 pela Princesa Isabel não foi um ato de benevolência da majestade. Estava mais para um ato bem interesseiro, de lucros além-mar. Logo após a assinatura, os ex-escravos que não continuaram nos antigos postos de subordinação, já que não eram bem-vindos nos centros urbanos, ocuparam os morros.

Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que lhe dei no dia seguinte, por me não escovar bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu expliquei-lhe que o peteleco, sendo um impulso natural, não podia anular o direito civil adquirido por um título que lhe dei. Êle continuava livre, eu de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos.

Machado de Assis. Crônica publicada no jornal Gazeta de Notícias, em 19 de maio de 1888. Trecho retirado de Geledés.

Estamos aqui 128 anos após a tal lei e a população negra ainda sofre com os resquícios dos tempos de cativeiro.

Minha princesa nunca foi Isabel. Minha princesa é Dandara!

Seguindo a ideia dos últimos 8 de marços aqui no blog, reuni nesse post 6 mulheres negras importantes da nossa história brasileira, comumente apagadas dos livros. Conheça hoje Aqualtune, Dandara, Tereza de Benguela, Luíza Mahin, Carolina Maria de Jesus e Lélia Gonzalez!

Confira ainda aqui no Maia Vox:

Aqualtune:  Princesa do Congo no século XVII. Guerreira africana, liderava tropas no seu país de origem. Aqui no Brasil, não se rendeu ao sistema escravocrata e o mais rápido que pode fugiu e se reuniu no Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, Alagoas. Carregando seu legado real, foi líder quilombola, e herdaram seu dom Ganga Zumba, seu filho, e Zumbi dos Palmares, seu neto.

Fonte: Espaço Aqualtune – Parque Memorial Quilombo dos Palmares

Dandara: Muito além de ser esposa de Zumbi dos Palmares, Dandara era uma das lideranças femininas no quilombo dos Palmares.  Além de ajudar na comunidade com a plantação, a produção de farinha de mandioca e a caça, ela defendia seu território, fosse com a capoeira, empunhando armas ou liderando as falanges femininas do exército negro palmarino.

Fonte: Dandara: A Face Feminina de Palmares – Geledés

mulheres negras

Da esquerda para a direita: Carolina Maria de Jesus, Luíza Mahin e Lélia González. Imagens: Reprodução.

Tereza de Benguela:  também guerreira como Dandara e Aqualtune, Tereza liderou o quilombo de Quariterê, em Mato Grosso, no século XVIII. Este cresceu tanto sob seu comando que chegou a agregar índios bolivianos e brasileiros. Obviamente, isso incomodou bastante as Coroas espanhola e portuguesa. Depois de muita luta, infelizmente Tereza foi presa. Entretanto, recusou-se até o último instante a uma situação de escravizada, suicidando-se.

Fonte:A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE FEMININA DAS MULHERES DE VILA BELA DA SANTÍSSIMA TRINDADE – Elen Luci Prates – CEFAPRO Cuibá

Luíza Mahin:

Luíza Mahin, “uma negra, africana livre, da Costa da Mina”, mãe do poeta Luiz Gama, é idealizada e reverenciada por segmentos da sociedade brasileira associados aos movimentos negros e à valorização da história e cultura afrobrasileiras, sendo representada pela memória histórica como uma quitandeira que foi escrava de ganho e que sempre resistiu ao cativeiro. Uma mulher insubordinada, que se tornou símbolo de luta e resistência negra, configurando um mito para a população afrodescendente.

Fonte: Trecho de LUIZA MAHIN ENTRE FICÇÃO E HISTÓRIA, de ALINE NAJARA DA SILVA GONÇALVES para UNEB (UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA).

Carolina Maria de Jesus:

 Nascida em Sacramento (MG), Carolina mudou-se para a capital paulista em 1947 […] Apesar do pouco estudo, tendo cursado apenas as séries iniciais do primário, ela reunia em casa mais de 20 cadernos com testemunhos sobre o cotidiano da favela, um dos quais deu origem ao livro “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, publicado em 1960. Após o lançamento, seguiram-se três edições, com um total de 100 mil exemplares vendidos, tradução para 13 idiomas e vendas em mais de 40 países.

Fonte: Trecho da Biografia  de Carolina Maria de Jesus – Educação UOL

Lélia González: Descolonização do saber e da produção de conhecimento era um dos pensamentos de Lélia González, intelectual negra brasileira, defensora de um feminismo afrolatinoamericano. “Atuou como desencadeadora das mais importantes propostas de atuação do Movimento Negro Brasileiro. Participou da criação do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN-RJ), do Movimento Negro Unificado (MNU), em nível nacional, do Nzinga Coletivo de Mulheres Negras-RJ, do Olodum-BA, dentre outros.”

Fontes:

Recomendo a você que leu todo o post a tirar um tempinho depois e conferir todas as fontes que disponibilizei. É importante para nós brasileirxs conhecermos parte de nossa história que nunca foi contada!

Já conhecia alguma dessas mulheres incríveis? Quais outras você acha que deveriam aparecer aqui também! Deixe sua opinião nos comentários! Também acompanhe o blog pelas redes sociais! Um beijo e até a próxima! 😉

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#celebrar8: Amandla Stenberg – poder até no nome!

Oi, tudo bem com você? Espero que sim! 😉

Finalmente é sexta-feira! E isso significa celebrar pessoas incríveis aqui no blog! Para começarmos esse mês de Abril bastante inspirados hoje vamos conhecer a Amandla Stenberg!

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Imagem: Instagram @AmandlaStenberg.

Poderosa desde o nome, que significa “poder” em Zulu,  e conhecida principalmente pela sua atuação no filme Jogos Vorazes (2014) como Rue, Amandla Stenberg vêm chamando a atenção do mundo pela quantidade de projetos que desenvolve e dos seus depoimentos empoderadores. Continuar lendo

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#empoderar9: Significado dos turbantes e mais umas verdades sobre apropriação cultural!

Oi, tudo bem com você? Espero que sim!

Ontem eu assisti a uma palestra maravilhosa e transformadora sobre feminismo negro, produzida pelo Desabafo Social, o Escambo de Ideias #3. Na discussão falou-se sobre estratégias de luta contra o sexismo e o racismo. Uma das palestrantes era a Joice Berth, arquiteta e militante do movimento negro, e no meio da conversa ela estabeleceu a diferença entre fortalecimento e empoderamento. Segundo ela fortalecimento está ligado à estética, a abraçar suas raízes, como por exemplo, abandonar os alisamentos e usar os cabelos crespos e cacheados naturalmente. Já empoderamento é ter conhecimento sobre sua ancestralidade e da estrutura do sistema racista e através desse saber, construir defesas contra as opressões que lhe acometem. Se você não conferiu ontem, confira neste link aqui. Vale muito à pena!

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“Nem sempre quem está fortalecido está empoderado.” Com isso em mente, hoje então é dia de entender o significado dos turbantes para a cultura afro-brasileira. Além disso, vim discutir mais uma vez apropriação cultural, porque enquanto fazia as pesquisas para esse post, lendo outros textos, muitos comentários referentes a eles eram justificativas esfarrapadas sobre utilização de materiais de outros povos e culturas. E não, não podemos viver cheios de disse-me-disse!

Leia aqui os textos no blog sobre “Transição Capilar”!

Sobre turbantes!

Os turbantes são elementos que caminham por vários povos, de norte a sul, de leste a oeste. Persas, árabes, indianos e africanos são alguns deles. Também conhecido como Ojá na África Negra, sendo utilizado em instrumentos musicais, roupas e até mesmo para as mães carregarem suas crianças, ele desempenha papéis de classificação social, religião e vestuário. 

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Imagem: Reprodução.

Aqui no Brasil, influenciado pela cultura africana, o turbante é uma das inúmeras peças que compõem as baianas, figura típica do nosso país que remetem às mucamas na época da escravidão, mas que também participam das religiões afro-brasileiras, como o candomblé. E por falar nas religiões nascidas aqui, a umbanda e o xangô também incorporaram o turbante.

Com o crescimento do movimento negro na década de 60 nos Estados Unidos, os turbantes, assim como outros elementos da cultura africana, foram colocados como símbolo de resistência à segregação racial que o país enfrentava. Hoje, um movimento que lá clama pela mesma ideia é o Afropunk, que envolve música, transgressão e identidade. 

Conheça o movimento AfroPunk neste post do blog!

Aqui no Brasil, o movimento negro também trouxe esse ideal de identificação com o continente africano por meio da estética. No presente, a internet tem sido um grande divulgador desses elementos, tendo a aceitação do cabelo como maior ponto de partida e os turbantes como ato de afirmação identitária.

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Alguns trajes maravilhosos do no festival de música do AfroPunk.

Entretanto, assim como aconteceu na década de 20 e 30, com estilistas como Paul Poiret e Coco Chanel, a indústria de moda atual encontrou nos turbantes uma fonte de consumo e através de sua produção em massa, os significados, sobretudo os de influência africana, estão sendo distorcidos, causando o que conhecemos como Apropriação Cultural. Continuar lendo